A CURA DA CRIANÇA INTERIOR


RESSIGNIFICAR MEMÓRIAS É PINTAR COM OUTRAS CORES A NOSSA HISTÓRIA

Quantas vezes, em adultos, e mediante situações que nos causam dor, sentimos que perdemos o rumo, que não achamos saída, e tudo parece extremamente exacerbado?

Conscientemente até entendemos que a situação nos é desconfortável, que requer uma adaptação e que a dor é inevitável, mas por outro lado, sentimos algo mais profundo que não parece nosso, e que não é proporcional à situação?

A maioria das vezes, quem ESTÁ BLOQUEADO, é a nossa CRIANÇA FERIDA!

Desde que nascemos e até à puberdade, começamos a construir a nossa identidade.

Ao longo de toda a vida, os nossos cuidadores desempenham um papel fundamental mas, durante os primeiros anos, eles ajudam a moldar a nossa personalidade e a forma como IREMOS ver e lidar com o mundo, daí em diante.

A Criança Interior são as MEMÓRIAS da criança que fomos um dia e que, em consequência da nossa história emocional, formou o adulto que somos hoje.

"A criança que fui chora na estrada
Deixei-a ali quando vim ser quem sou
Mas hoje, vendo que o que sou é nada
Quero ir buscar quem fui, onde ficou."

(Fernando Pessoa)

As crianças são espontâneas, puras, sem pré-conceitos sobre si, sobre o seu corpo, ou sobre os outros, são genuínas mas sem freio e, sem orientação, seriam como um animal selvagem. Crescemos sem saber o certo e errado, e é aqui que entram os nossos cuidadores, que fazem sempre o melhor que sabem e podem e que colocam no mundo uma criança por si moldada.

Educar é uma tarefa árdua, pois requer EQUILÍBRIO entre os SIM e os NÃO, entre LIBERDADE E NEGLIGÊNCIA, entre DEIXAR ESCOLHER E SER RÍGIDO NAS PRÓPRIAS ESCOLHAS. A ausência da mãe ou pai, por necessidade de trabalhar bastantes horas, para uma criança é como um abandono, ou um desleixo por parte do cuidador, mas necessária para o sustento, mas por outro lado, um cuidador que exagera na presença, no excesso de zelo, no excesso de preocupação, também não é saudável, e o adulto crescerá sempre em vigília para com o mundo, com medos e dependente de outros para se sentir seguro.

À parte do que nos "dizem", há a vida que a criança assiste, e, como seres " ESPELHO", por exemplo, se convivermos com uma mãe ansiosa, nervosa, sempre agitada, haverá uma grande chance do adulto ficar com as mesmas caraterísticas, se assistirmos constantemente a agressividade em casa, em adulto iremos ser mais agressivos, impulsivos, e por aí em diante...

Em dado ponto da infância, a criança é ferida, seja por situações menos graves, do género, a ida para a escola e ver os pais a irem embora, seja porque os pais se separam, ou situações graves tipo violência doméstica, pais alcoólicos, e como não sabe gerir as emoções, a criança fica bloqueada emocionalmente e, de certa forma, toda a vivência será condicionada.

AS EXPECTATIVAS DA CRIANÇA FORAM QUEBRADAS

Torna-se um adulto com lacunas e, sempre que o mesmo tipo de situações acontecerem, os gatilhos ativarão a dor que está bloqueada lá atrás, e não saberá agir. Sentir-se-á perdida, abandonada, sozinha, NEGLIGENCIADA...

Com tudo isto a acontecer, o adulto começa a adotar estratégias para suprimir o que "faltou", essas estratégias chamam-se IMPULSORES, e uma delas é "construir" uma voz imperativa que dá os comandos de como deveremos ser, para conseguir o que necessitamos, para sermos ACEITES. Por exemplo, " Tens que ser boazinha", " Tens que ser perfeita"," Tens que ser forte" ou ainda, " Tens que ser prestativa", se vestirmos o papel de uma, ou mais, destas personagens, iremos agradar ao outro e iremos ser aceites, iremos fazer parte, e a nossa criança ferida é "aconchegada". Uma vez que estas personagens são apenas Máscaras, a nossa essência é corrompida.

Como consequência passamos a co-dependentes, a dependentes emocionais, sempre à espera que alguém nos salve e, na maioria das vezes, em relações amorosas, afastamos a pessoa que temos ao lado, pois colocamos todas as expectativas nele e, como à mínima coisa, a criança sente que a estão a abandonar, ou a ignorar, fica um peso muito grande de carregar para quem está ao nosso lado.

Colocamos no outro o peso de toda a nossa felicidade, é um peso muito alto de se carregar e a dada altura a relação quebrará.

"Não há despertar de consciência sem dor. As pessoas farão de tudo, chegando aos limites do absurdo para evitar enfrentar sua própria alma.

Ninguém se torna iluminado por imaginar figuras de luz, mas sim por tornar consciente a escuridão."

(Carl G. Jung)

A CURA - O REENCONTRO COM A NOSSA ESSÊNCIA

Hoje somos o nosso passado, o presente e até o futuro, somos consequência de que vimos e ouvimos, somos tudo aquilo que acreditamos.

CURA, A MAGIA, acontece quando começamos a nos conhecer, a olhar bem para dentro de nós com todos os sentidos bem apurados, para conseguirmos identificar a criança e identificar as dores:

  • Observar as emoções, assim que elas surjam, criando um diálogo interno, ao ponto de perceber se elas são, ou não, proporcionais ao momento. Para isto é mais fácil, "olhar de fora", como se estivesse a analisar as emoções de outra pessoa.

  • Imaginar como uma criança reagiria na mesma situação que está a viver no momento.

  • Perceber o quanto dependente dos outros somos e em que situações.

  • Identificar "lacunas" na infância.

  • Perceber padrões de vitimização.

  • Perceber se a necessidade de ser ACEITE, NO GERAL, é saudável, ou exagerada.

  • Identificar as MÁSCARAS.

  • Perceber se há dificuldade em dizer NÃO, de forma genuína e por respeito às nossas prioridades e necessidades.

...

E AGORA A TRANSFORMAÇÃO DE PADRÕES, PARA RESSIGNIFICAR AS MEMÓRIAS:

Os nossos pais/educadores, também foram crianças e também carregam dores, por tudo isto, eles fazem O MELHOR QUE SABEM E PODEM SEMPRE!!! Educar e colocar alguém neste mundo tão denso, é uma tarefa extremamente delicada, então:

  • Primeiro e mais importante que tudo, AUTO RESPONSABILIDADE pela nossa vida, até porque, há quem diga que não pediu para nascer, mas eu acredito que pedimos sim e pedimos até o que vimos melhorar.

  • PARAR A AUTOCRÍTICA INTERNA. Querer ser melhor sempre mas com respeito por quem somos no momento e ACEITANDO que somos falhos e viemos para evoluir.

  • RESPEITO pela nossa história individual e pela nossa história familiar.

  • GRATIDÃO pelas dores pois é com elas que iremos crescer espiritualmente.

  • SABER ESTAR SOZINHO, física e emocionalmente.

  • Saber dizer NÃO.

  • Praticar a EMPATIA. Dentro de cada pessoa há um mundo diferente do nosso.

  • OUVIR a voz da alma. As coisas que são ditas no silêncio, são as mais profundas e verdadeiras. Então ouça a sua essência para poder ouvir o outro sem o outro falar.

  • Não há SALVADORES. Haverá sempre pessoas que nos orientarão no melhor caminho, se assim o permitirmos, mas APENAS NÓS NOS SALVAREMOS.

  • Entrar em contato com as nossas SOMBRAS, só assim trazemos luz a situações que reprimimos e que não nos deixam ser a nossa MELHOR VERSÃO.

Ao entrarmos em contato com a nossa criança, entramos na estrada do caminho de retorno à nossa essência, é o caminho que nos leva de volta ao mais verdadeiro que existe de nós. pois em essência, somos energia pura, somos genuínos, espontâneos, sem maldade, sem pudores, sem discriminações, SOMOS SÓ E SIMPLESMENTE AMOR.

PROCURE-SE PARA SE ENCONTRAR...

Esta meditação é poderosa para nos colocar em contato com a nossa criança e limpar memórias.

https://www.youtube.com/watch?v=Fm6aHv1HyN4


05/09/2020

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